Quando penso na Itália, primeiro penso em
produtos de design e Umberto Eco; depois, em comida. Outros podem fazê-lo em
termos de Roma e o Santo Papa, ou Leonardo da Vinci e o Renascimento, ou
Fellini e a estrutura cult de filmes, ou Kaká e Milan, seguindo o seu
repertório interesses; e como massas e pizzas são um terceiro elemento,
possível e próprio, daquilo que não deixamos de ter presente à consciência como
imagem que representa culturalmente este país, está aí de alguma maneira o que
corresponde a uma introduzione alla
cucina italiana.
Mas daí segue que se deve apontar algumas características
que interessam ao apetite. Lembro-me de
sublinhar o formato da refeição, uma técnica de cocção e o emprego de três
ingredientes. Quer comer como os italianos? Uma refeição, uma farta refeição,
preparada pela nonna, possui seis etapas:
na primeira, se nos oferecem o antepasto – e bruschetta é provável; na segunda, que constitui o primeiro prato,
consumimos massa ou arroz ou polenta; na terceira, nos apresentam o segundo
prato servindo-nos de carne ou pescado com hortaliças; na quarta, temos diante
dos olhos os doces clássicos ou frutas; na quinta, não nos dispensam do formaggio, uma seleção de queijos; e na
sexta, uma bandeja de petit-fours com café termina uma experiência de prazer à
mesa. Um prazer que absolutamente pode ter relação com a técnica de cocção dos
alimentos: legumes cozinham o suficiente para tirar o gosto do “cru” e a massa
tem de estar al dente. E se nos
agradamos de talharim apenas coberto com azeite e queijo ralado, reproduzimos
um prato cotidiano antes da invenção do molho de tomate, e com ingredientes
básicos. Aí está a simplicidade que permanece sucesso!
Para a conclusão, escolhi dizer uma primeira
experiência que tive de provar uma receita italiana. Gnocchi al sugo. Quando acompanhava meus pais em turismo de
negócios, fui adolescente à cantina O Gato Que Ri, no Largo do Arouche, em São
Paulo. Lembro-me que era julho, e que muito embora fosse sábado, podia não ser
o dia 29... Mas percebo a fortuna
daquele evento que me faz particularmente comer massa no sétimo dia da semana:
é uma recognição.
Um antepasto clássico
4 fatias de pão italiano
20g de azeite extra-virgem
1 dente de alho
2 tomates
1 ramo de manjericão picado
grosseiramente
sal quanto baste
pimenta quanto baste
Torrar
as fatias numa grelha ou torradeira e reservar. Cortar os tomates em cubos
pequenos e, numa tigela, misturar com o manjericão picado. Temperar a mistura
com sal e pimenta, e reservar. Esfregar o alho nas fatias de pão torrado Distribuir
a mistura de tomate e manjericão por cima de cada fatia de pão. Temperar com
azeite.
Al dente: tenro, sem gosto de
cru e resistente à mordida.
Al sugo: molho de tomate. Antepasto: tiragostos quentes ou frios. Bruschetta: [bru’sket:ta] antepasto
tradicional a base de pão azeite e alho; e ingredientes que a imaginação
permitir. Formaggio:[formádjo]
queijo. Gnocchi: [inhoqui]
preparação tradicional a base de batata,
farinha e ovo. Em português, escreve-se nhoque.
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EXPOSIÇÃO
BEM CUCA Julho 2012
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