31 de julho de 2012

Made in Italy

    Produtos de design acendem o coração. Consumir é uma maneira de estar-no-mundo entre outras coisas, e a Itália pode orgulhar-se de ser modelo de produção industrial  no mundo. Os artesãos vidreiros de Murano foram origem da história no século 19 onde  a excelência do “made in Italy” nasceu. No pós-guerra, arquitetos e designers, associados a empreendedores, elevaram a qualidade dos produtos que conquista consumidores. A motoneta Vespa e a poltrona Donna, de Gaetano Pesce, recheada de espuma de poliuretano, se fazem exemplos. É uma qualidade por projeto criativo, acabamento de primeira e tecnologia de ponta, toda inerente ao que se vê, ao que se toca e ao que se usa. Mas, como se desperta o estômago, ali no norte do país, agrega este parágrafo ao seguinte.
    Carnes de caça, leite, manteiga e queijos de leite de vaca são ingredientes essenciais na preparação de receitas. Lá estão os clássicos ragù alla bolognese, risotto alla milanese e tiramisù. Entre eles, há lugar para polenta, que substitui o pão e a massa nas regiões de Friuli e Veneza Júlia. Quando falamos de massa, podemos lembrar que o trigo é o alimento mais consumido que de fato é, que a massa é fresca ou seca e que, se queremos um produto gastronômico que atraia para si a idéia de produto original, devemos procurá-lo na região Emília-Romana. Ao fazê-lo, conheceremos o presunto de Parma, o queijo parmiggiano reggiano e o vinagre balsâmico de Modena. É sugestivo o apelido, a região é “a Gorda”: lugar onde todos amam muito comida tradicional, farta e encorpada.
    Se agora, não é uma conclusão, pode ser tentativa. E nesta tentativa, devo escrever que “quando penso na Itália, não penso primeiro em produtos de design e Umberto Eco; depois, em comida.” Não mais. Admito um combo onde a cozinha italiana, que é por si mesma regional (várias no país, e dentro da mesma região), pode nele ser o primeiro elemento, inteiramente fundado numa renascença de opinião. Seja.   
RECEITAS | PANNA COTTA

Um doce da região do Piemonte

 Creme de leite fresco 290ml
Leite 50ml
Açúcar 15g
Gelatina incolor em folhas 5g
Baunilha em fava ½ ou em pó 3g

Colocar a gelatina em água fria Aquecer o creme de leite com o açúcar, o leite e a baunilha, desmanchando o açúcar.Desligar e deixar assentar os gostos. Filtrar a mistura. Juntar a gelatina espremida, mexendo para dissolver completamente. Se necessário, filtrar outra vez. Deixar esfriar, colocar em taças e levar à geladeira por 4 a 5 horas.Servir com uma calda de caramelo.

A calda da foto é de frutas vermelhas.

Mascarpone: variedade de queijo de consistência cremosa, à base de leite de vaca, rico em gordura, e com sabor doce, obtido pela acidificação do creme de leite, mediante adição de ácido cítrico ou ácido acético. Panna cotta: nata cozida, em italiano; sobremesa de colher. Pancetta [pan’tfet:a]: carne suína curada no sal, e temperada com especiarias (noz-moscada, pimenta e alho, entre outras), industrializada na forma de rolo ou plana, difícil de ser encontrada fora da Itália.Polenta: massa de farinha de milho, de textura firme a cremosa, que pode ser frita ou grelhada, servida com complemento de carnes e peixes. Ragù alla bolognese: molho na Bolonha, servido tradicionalmente com massa fresca, feito à base de carne de boi, pancetta, cebola, cenoura, aipo, pasta de tomate, caldo de carne e vinho branco. Risotto alla milanese: preparação de origem específica da Lombardia, à base de riso, “arroz”, caldo de carne e outros ingredientes. Para a finalização, realiza-se a mantecatura, que é a técnica de “aveludá-lo” com manteiga, queijo ou creme. Em português, escreve-se risoto.

A reprodução desta receita foi autorizada pelo professor-chef  Vicente Abreu 
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