No extremo leste da Ásia, um arquipélago de
6852 ilhas no Oceano Pacífico, com população de etnia homogênea que combina
tradição e modernidade, é o lugar onde no passado o padrão de refeição das
famílias era o de “uma sopa e três pratos, como assinala Kyoko Konishi, em Cozinha Japonesa (São Paulo: Kikkoman,
[1983]). No curso do tempo, o padrão mudou, e todos sabemos que o Ocidente
voltou-se sobre o Oriente, abrindo para outras possibilidades de cardápios. Neste sentido, em São Paulo que se
tornou a cidade com maior população de japoneses fora do Japão, podemos
presumir uma ordem de cultura recortada em influências dos dois países entre si,
que deve registrar um novo padrão, e a conjectura válida de criar outras escolhas
à mesa: cúmplices no calor de uma wok.
Entretanto, privilegiando o padrão do passado, as particularidades da cozinha
japonesa são contempladas, e é este o objetivo.
Um tipo de sopa, que pode ser entrada
“Uma sopa” é uma tigela de sopa, é claro!
Geralmente tomada aos poucos, acompanha o prato principal, realçando o sabor
dos outros dois. A sua preparação é assegurada pela combinação do dashi, um caldo de peixe, e de
ingredientes sólidos (carnes, legumes da estação, peixes ou frutos do mar, ovos
e tofu, queijo de soja). Os “três
pratos” dividem-se de acordo com os atributos de principal e secundários. O
principal é em virtude de consumo de proteína animal (frango, porco ou vaca),
preparada com o sabor de temperos processados: o shoyu, o molho de soja, o missô,
a pasta de soja fermentada, o saquê,
o vinho de arroz seco e o mirin, o
vinho de arroz doce. Nos dois secundários, escolhem-se grãos ou legumes
(acelga, berinjela, abóbora, pepino, ervilha torta, nabo, shiitake, broto de bambu). Arroz é o principal grão, alimento
cotidiano no cardápio, que pode ser servido simples, regado com ban-cha, chá verde. E naturalmente é
indispensável que se cozinhe com algas, semente de gergelim, raiz de gengibre e
wasabi.
E,
se seguimos o padrão, experimentamos a particularidade saudável que é a primeira na cozinha japonesa, composta
substancialmente de fatores todos presentes ao mesmo tempo: a variedade de
ingredientes, o tempo de cozimento curto e a quantidade mínima de óleos. Mas é
altamente auspicioso atenção ao consumo do arroz e do macarrão, se não quiser
ganhar peso, mas esta é uma escolha onde cada um é discípulo de si mesmo!
RECEITAS | UDON EM SOPA DE MISSÔ
Preparando o dashi
Água 900ml
Konbu 1 folha
Katsuobushi 10g
Colocar
a água numa panela, acrescentar o kombu
em pedaços e deixar ficar uma hora. Aquecer e, quando a água começar a ferver,
retirar o konbu.
Acrescentar
o katsuobushi, ferver um minuto e desligar.
Coar o caldo depois que o katsuobushi se depositar no fundo da panela.
Preparando a sopa
Filé de peito de frango 200g
Udon
250g
Saquê
20ml
Shiitake
80g
Mirin 30ml
Cebolinha 4 hastes
Missô 3 a 4 colheres de sopa
Cortar
o filé de frango em cubos de 2
cm de lado. Cortar a cebolinha em rodelas bem finas. Ferver
o dashi, acrescentar o frango e o shiitahe e cozinhar por 5 minutos.
Retirar do fogo e reservar. Colocar o missô
e o mirin em uma concha do dashi, e mexer dissolvendo a mistura.
Incorporar a preparação no dashi e
acrescentar a cebolinha. Cozinhar o udon
em uma panela com água abundante por 6 minutos. Colocar o udon em tijelas e cobrir com a sopa. Servir quente.
Dashi: caldo de peixe preparado com flocos de peixe seco e algas. Katsuobushi: bonito, desidratado em
blocos e picado em flocos finos, vendido em porções de 3g. Konbu: alga seca com a superfície coberta por uma espécie de pó
branco, que não deve ser lavada, mas limpa com um pano úmido. Mirin: vinho de arroz doce para uso
culinário, nunca como bebida. Missô:
pasta de soja ferrmentada. Shiitahe: cogumelo
marrom-escuro, vendido fresco ou seco, cujo diâmetro do chapéu varia de 4 a 10 cm . Udon: macarrão de farinha de trigo: Wasabi: pasta de raiz-forte, verde e picante, pronta para consumo. Wok [panela ou frigideira wok]: utensílio básico da cozinha
asiática, em forma de uma meia esfera metálica com cerâmica, com duas alças ou
um cabo.
A reprodução desta receita foi autorizada pelo
professor-chef Eduardo
Jacobsohn.
BEM CUCA Abril 2012
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