A cozinha francesa apresenta uma história
de prestígio. Quando falo de “história de prestígio”, não me refiro a sua
existência em relação a datas que pode ser, por exemplo, representada pela aquela
de 1691, ano de criação do biscoito Rose
de Reims, degustado molhado no champagne, nem às técnicas e procedimentos
da categoria de topo, conhecida com “alta cozinha”; refiro-me a sua essência
que, pelo savoir-faire dos chefs cozinheiros e pasteleiros, justifica a
sua excelência e, desta maneira, explica porque os franceses estão em todo
mundo.
Em hotéis e restaurantes, seja qual for a
atividade, como chefs de cuisine, como
proprietários, como gestores, todos espalham sua assinatura de talento. Alain
Poletto, Christian Formon, Claude Troigros, Emmanuel Bassoleil, Erick Jacquin,
Fabrice Le Nud, Laurent Suaudeau, Marie-France Henri, Patrick Ferry e Roland
Villard são os residentes no Brasil. Deles, não há aqui receitas, trabalho e
prêmios, publicações. Está na curiosidade, que nos alimenta, a tarefa de
descobrir e acompanhar seus projetos. Ainda: o comentário de como acontecem os vínculos históricos
entre França e Brasil, agora não cabe. É, deliberadamente, assim.
O que penso ser determinante, mesmo
correndo o risco de cair em simples erro de repetição, é o pressuposto de que
existe uma tendência de comportamento dos chefs
franceses mundo afora. Esta tendência é a de buscar inspiração na cozinha
de sua região de origem, paralelamente à disposição de incorporar a cozinha
estrangeira. Além disso, a observação de Alain Ducasse, ao tirar as dúvidas da
cozinheira Sandra Paixão sobre o que seria ideal de molho de tempero, na
matéria Chefs de cozinha defendem
culinária do futuro durante visita à
feira em SP, disponível em g1.globo.com/bom-dia-brasil, de 03/06/2011,
resume numa definição operacional a possibilidade do sucesso: “Bom produto, boa
técnica e legumes da estação.” E o que o conselheiro afirma da atividade
torna-se a primeira possibilidade, a partir do qual o prestígio é o resultado
do conhecimento: “Não podemos improvisar para virar cozinheiro. É preciso tempo
[e] experiência”. E formação continuada para ir mais longe – às estrelas! (Esta
inferência é minha.)
Da região da Provença, Cote d’Azur
Alface romana 1 unidade
Pimentão vermelho 1 unidade
Pimentão amarelo 1 unidade
Favas frescas 200g
Coração de alcachofra em conserva 8
unidades
Tomates-cerejas 250g
Filés de anchova 12 unidades
Azeitona preta sem caroço 180g
Ovo de codorna 12 unidades
Azeite quanto baste
Limão siciliano 1unidade
Minirrabanetes 6 unidades
Sal quanto baste
Pimenta-do-reino moída quanto baste
Lavar,
secar e rasgar as folhas de alface. Descascar e cortar os pimentões em julienne. Cozinhar os ovos e cortá-los
ao meio. Cortar os filés de anchova. Descascar as favas. Cortar as azeitonas ao
meio. Cortar as alcachofras e os tomates. Passar os mini rabanetes na
mandolina. Preparar um vinagrete com azeite, limão, sal e pimenta-do-reino. Em
uma travessa, arrumar todos os ingredientes e regar com o vinagrete.
Favas: equivale às
sementes do interior de ervilhas. Julienne:
cortado em bastões finos.
Mandolina: fatiador
de legumes.
A reprodução desta receita foi autorizada pela
professora-chef Ana Abaurre.
BEM CUCA Março 2012
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